[Artigo Oficial] Reunião

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SOBRE O POST

Hoje temos a continuação da saga do nosso herói Tibicus. Clique nos links abaixo para ler os episódios anteriores:

  1. Chuva  2. Resgate  3. Desespero  4. Dificuldade  5. Rivalidade  6. Entrega  7. Reconhecimento

Com um último e doloroso gemido, a criatura retornou ao purgatório ardente enquanto Tibicus retirava sua espada do peito do demônio morto. Chamas resplandecentes envolveram a sala em um calor insuportável e os demônios gritavam com alegria, dançando sobre os corpos dos Tibianos mortos.

A tentativa deles falharia se a matança continuasse daquele jeito. Todas as mortes, a dor, a agonia – tudo teria sido em vão. Ele precisava se arriscar agora.

Outro demônio subiu à superfície, bem em frente a Tibicus, esmagando uma pilha de cadáveres, enquanto seu corpo pesado se solidificava a uma velocidade alucinante. Por um momento, o demônio apenas olhou para o ser humano pequeno e mortal à sua frente, mas já Tibicus havia lutado o suficiente para saber que seu oponente estava prestes a deixar o inferno caso ele perdesse.

Ele partiu em arrancada e bravamente se esquivou dos ataques do demônio. Evitou a esquerda para driblar a onda de fogo que caía sobre ele, passando com sucesso. Desviou rapidamente e quase escorregou em uma poça de sangue, mas se conteve, no último instante, avançando mais para o meio da sala. Garras pontudas de incontáveis ​​demônios e torrentes de fogo caíam no chão, tanto à sua esquerda quanto à sua direita, mas Tibicus era muito rápido e ágil.

Ele quase havia conseguido. Lá estava ele, o comandante deles, o mestre deles, em pé no centro daquele massacre. Sua barba branca encharcada com o sangue dos amigos e camaradas caídos de Tibicus, seu cajado erguido no ar, ele havia comandado e coordenado os ataques mortais de suas legiões.

Finalmente, a hora havia chegado. Ele tinha quebrado as linhas de defesa dos demônios com sucesso. Um golpe forte com sua espada e o cajado com o F dourado cairia no chão. Ele poderia colocar um fim aos perigosos e sinistros planos e o chapéu passaria a ser seu.

Agora ou nunca!

Ele se jogou no ar, ergueu sua poderosa espada para golpear o coração do mago e…

Uma pontada aguda arrancou Tibicus de seu desmaio. Alguém havia removido os dardos que o prenderam à parede e gentilmente colocado seu corpo enfraquecido no chão. “Tibicus! Tibicus! Acorde!” Essa voz… parecia tão familiar para ele. Quando ele tentou abrir seus olhos, foi capaz apenas de reconhecer os contornos borrados de duas faces curvadas sobre ele…

Tabea colocou a cabeça de Tibicus em seu colo enquanto as mãos de Emilio pressionavam os ombros dele. Apesar de ser bastante habilidoso, o druida enfrentou dificuldades para cuidar dos ferimentos que sangravam gravemente. Tibicus sentiu que a pele em suas clavículas começaram a formigar. No início, de maneira quase imperceptível e apenas em certas áreas, mas o efeito de cura dos feitiços mágicos finalmente começavam a agir por toda a extensão de seu corpo.

Aliviado pelo calor que se espalhava, Tibicus estava prestes a retornar ao reino dos sonhos, mas Tabea o trouxe de volta à realidade com um golpe retumbante no rosto. “ACORDA!”, ela gritou. “Nós precisamos de você e eu acredito que Fridolin também”.

A menção deste nome despertou o espírito da vida em Tibicus. Ainda que ligeiramente desorientado, ele se levantou e olhou espantado para os dois. “Tabea… Emilio… São vocês… Onde… Onde vocês estiveram?”

“Nós estávamos presos! Beefo nos emboscou há uma semana e nos trancou em sua guild hall em Venore.”

“Emboscados?” Tibicus ergueu as sobrancelhas. “Qual é, Emilio, desde que você foi derrotado pelo povo dele há alguns meses, você se tornou muito cuidadoso. Como diabos ele conseguiu emboscar vocês?”

Os dois magos olharam inseguros um para o outro. Tabea começou a soluçar e Emilio olhou envergonhado para chão.

“Foi Fridolin. Ele nos chamou outro dia e disse que queria nos mostrar algo muito importante. Quando o seguimos até o Mount Sternum, Beefo e seu povo já estavam esperando por nós e nos capturaram em um dos caminhos estreitos da montanha. Resistir era inútil”.

“Então Fridolin também traiu vocês?” Tibicus sentiu uma raiva desenfreada queimar novamente, mas seu corpo ainda estava fraco demais para fornecer um abrigo estável para tal poder destrutivo. A tontura tomou conta de sua mente e ele precisou se encostar na parede para não cair. “Emilio, você poderia?” O druida se apressou e continuou a curar as feridas.

Tabea se levantou do chão e secou as lágrimas em seus olhos. Ela começou a andar para cima e para baixo na sala. “Sim, foi Fridolin quem nos traiu. Ele nos entregou para Beefo, mas acredito que há mais do que podemos enxergar por trás dessa traição. Quero dizer, há quanto tempo nos conhecemos? Há quanto tempo caçamos, rimos e choramos juntos? Eu me recuso a acreditar que ele esfaquearia nossas costas dessa forma…”

“CHEGA!” Tibicus interrompeu rudemente a feiticeira. “Você tem alguma ideia do que eu passei nos últimos dias? As humilhações que suportei por causa desse covarde? Não há nenhum significado mais profundo por trás de sua traição! Ele se virou contra nós. Todos esses anos, fomos enganados, nós nos infiltramos por este dedo duro e agora pagamos o preço pela nossa ingenuidade! Mas eles cometeram um grande erro. Acreditar que eu morreria miseravelmente nessa parede, foi algo tão prepotente e arrogante quanto deixar vocês dois andarem livremente. Isso lhes custará muito caro! Fridolin não vai fugir com a sua deslealdade! Vou punir este verme, apagar sua existência e também a de Beefo e cada um dos miseráveis de sua raça. Ele está brincando com as pessoas erradas. Recuperarei minha…”

“TIBICUS, CALE A BOCA!” Desta vez, Tabea o interrompeu. “Em Venore, ouvimos os guardas conversando sobre o roubo. Que Fridolin pegou seu chapéu e também sobre a carta de resgate. Mas você realmente acha que eles simplesmente abriram a porta e nos libertaram? Não, eles estavam prestes a nos executar. Não fosse Fridolin, não seríamos nada além de cadáveres apodrecendo nas profundezas do pântano venoriano! Foi ele quem nos ajudou a escapar. Ele abriu a cela da prisão e nos disse onde te encontrar. Foi o Emberwing dele que bloqueou as ruas atrás de nós para atrasar os fantoches de Beefo enquanto fugíamos de Venore.

Lágrimas começaram a encher os olhos dela novamente. “Tibicus, eu sei que você está furioso. Você tem todos os motivos para odiá-lo e eu não posso explicar por que Fridolin fez isso, mas por que ele nos ajudaria a escapar?”

Tibicus encarou Tabea com um olhar confuso. Ver sua amiga soluçando e chorando, acertou-o em cheio. Ela estava certa, nada fazia sentido.

O que o paladino estava planejando? Segundas intenções? Consciência pesada? Não, Fridolin era muito teimoso, muito convencido de sua genialidade. Tibicus não estava engolindo essa história de “bom coração”. Então, seria isso tudo parte de um plano ainda mais diabólico? Será que ajudá-los a escapar era algum tipo de jogo mental doentio?

Ele não sabia ao certo como responder à feiticeira, já que temia que compartilhar seus pensamentos agora pudesse piorar ainda mais a frágil condição da moça.

“Vamos à Venore! Talvez lá encontremos algumas respostas…”

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