Amaro esvaziou o conteúdo do envelope em sua mesa. Ele o havia encontrado em frente à sua porta há cerca de uma hora: um envelope com o nome dele, AMARO. Não havia uma alma por perto, mas Amaro sabia que estava sendo observado quando apanhou o envelope e voltou para dentro.
Dois pedaços de papel enrugados. Ele reconheceu a caligrafia familiar do inquisidor Jack Springer em um deles. Uma carta.
“Chegou a hora, Amaro! Eu sei que você também acredita que os rumores são verdadeiros, meu amigo. Rathleton, Feyrist, as Dream Courts e todos esses outros incidentes… Todos eles remetem a uma única fonte, envolta em mistério, mas que está astuciosamente planejando todos os seus movimentos. As nossas fontes dizem que os Shiron’Fal aumentaram seus esforços para reanimar os corpos dos cavaleiros mortos. Amaro, a temível legião não pode ser subestimada por mais tempo! Há muita coisa em jogo! Não podemos permitir que eles libertem cavaleiros mortos-vivos para devastar nossas terras e mergulhar o nosso mundo na escuridão. Enquanto nós, inquisidores, trabalhamos duro para desvendar os objetivos sinistros deles, precisamos que pessoas confiáveis estejam na ativa. É necessário que você visite aqueles doze túmulos que eu mencionei quando nos encontramos pela última vez. Santifique-os e vamos torcer para que nenhum ritual blasfemo tenha sido realizado ainda. Esta jornada irá te levará a lugares que você conhece como a palma de sua mão, Amaro, e também levará você a lugares novos, como Issavi, a magnífica capital de Kilmaresh. Sei que você sempre quis visitar esta vasta península que antigamente formava um único continente com Krailos e Oramond. Esteja avisado, no entanto. Você também terá de ir ao lugar onde ela está. Um dos seus espiões localizou o esconderijo. O mapa mostrará o caminho.
Envie notícias o mais rápido possível, velho amigo”.
“Kilmaresh, finalmente!”, sussurrou Amaro com um brilho de empolgação em seus olhos. Mas o brilho se apagou quando ele olhou para o segundo pedaço de papel, hesitante. Ele conseguiu distinguir a costa leste de Darashia e o contorno de uma ilha que parecia quase fortificada. Uma substância esverdeada havia encharcado o papel naquele lugar. Uma borboleta voou pela janela aberta, pousou na mancha e a lambeu avidamente. Amaro ficou maravilhado com as asas delicadas e hipnotizantes da borboleta. Subitamente, ela caiu para o lado e num segundo morreu. “Veneno! Nada escapa do olhar da Cobra!”